O Fim Que Continua
Correndo como eu corro sei que vou parar
Sem saber ouvir nem enxergar.
Mais é menos para mim.
O começo se confunde com o fim.
Estou à toa. Já vou.
O tempo voa. Não sou
Um ser para ter tempo para si,
Só há para servir até partir.
Resta-me lavar a dor.
Lavrador planta, cultiva, mas não colhe.
Quem não planta é quem recolhe.
Quem planta não está na planta.
Está tudo certo no deserto que acalanta.
Ando contra o vento.
Quanto contratempo.
Conta tempo uma história diferente!
Conta tempo que na praça há mais gente!
Eu me perco nessa prece.
Cresce realidade que a ilusão desaparece!
Eu me sinto um sei lá o quê,
Quando vejo pelos olhos que me veem.
Ver sem ver é um viver sem vida,
É um estar para esperar a despedida.
Esse cenário deixa minha alma seminua,
Se achando perdida com o fim que continua.