MEU CARO CARLOS PENA

Carlos Pena, meu caro Carlos Pena

Acabou-se o bairro de Santo Antônio

Lá surgiu uma espécie de gangrena

Que constrange e incomoda até o demônio

Está mais pra o Vale dos Suicidas

Com pessoas infringindo a Lei da Vida

O relento expondo toda a umidade

De uma coletividade desunida

E quem vai até o Centro da Cidade

Na ilusão de beber no Bar Savoy

Só encontra destroços obscuros

De um passado que tão somente remói

Os copos que tanto decantaste

Pertencentes a trinta homens sentados

Por mais que tu hoje ambicionaste

Nunca mais, em refrão, serão cantados

Carlos Pena, o bairro que tu legaste

Hoje está triste, sujo e abandonado

Só existem “bichos humanos”,

Falou um desembargador

Famintos, imundos, insanos

Instigando a civilidade

E neste ambiente profano

Que é uma jaula sem grade

O lamento é artesiano

O peito chora de saudade

Não quero ser um leviano

Enxergo, triste, outra cidade.

André Quirino
Enviado por André Quirino em 16/04/2024
Código do texto: T8042947
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.