O Que Impera no Convento

Tudo anda

No destino definido pela turma que comanda.

Nesse jogo de cartas marcadas,

A voz do povo é programada para não dizer nada.

A manipulação é o meio para o passeio do tubarão.

É sem paralelo esse verde-amarelo ser uma casa sem botão.

Pensam nesse habitat como um lugar a ser explorado,

Não como uma nação em um bom estado.

Comendo o pão que o diabo amassou,

O povo fica com o que sobrou.

Parasitas de dentro se juntam aos de fora

E eu sobrevivo esperando a hora.

A dignidade humana está em chamas.

Estou no escuro e atolado na lama.

Dizem que estamos na era da informação,

Que estamos vivendo uma transformação.

Mas ao meu redor não vejo isso não,

Vejo é muita isca nessa embarcação.

Aqui coerência é uma roupa rasgada levada pelo vento,

Conveniência é a moeda que impera no convento.

Aqui a luz que clareia escurece o dia

E deixa o barco da emancipação sem poesia.

Aqui o ser está nas mãos do ter.

Por quê?

Ninguém quer saber.

Saber por aqui,

Só sobre o que a turma que sopra definir:

Efeitos do dólar, juros da dívida, risco Brasil...

Puta que pariu!

Estamos sendo consumidos

Como tudo que é vendido.