Milagre
Ninguém apareceu aqui a fazer milagre
salvar a cidade da morte era possível a chuva entou chegar tranquila e forte
mas se deu mal, estávamos atentos.
De ouvidos ligados e boca aberta a escutar gritos de socorro, no asfalto, nas palafitas e nos morros, a canção se fez matiz, exigiu silêncio, lá longe se ouvia gemidos colossais.
A juventude distante, parte dela alegria, a outra infelicidade, ninguém compõem o ser vivo racional ninguém se atreveu a desrespeitá-lo
Repetidas vezes gritara ao infinito por candura como única reinvindicação do instante semblante retesado de sentimento reprimido mantendo-se no colorido o divã da esperança.
Homens de sentimento sem sentido metade de mim era Deus, a outra lucífer ou capeta juntando-se e transformando paz na desavença o amor era latente nos olhos dos que amavam.
Como recompensa o amor se transforma e dentro nós vive sem nada exigir, apenas sorriso natural o côncavo e convexo a diversidade era para todos além disso, estimada, vidas multicor numa só direção.