Por quem os sinos “não” dobram?

 

Inspirado na obra do escritor norte-americano Ernest Hemingway que escolheu os versos que dão título a esse texto (aqui por mim invertido, propositadamente) para o que é considerado o maior de seus romances, no qual relata os horrores da guerra civil espanhola (1936 a 1939): Por Quem os Sinos Dobram (For Whom the Bell Tolls), publicado em 1940, é considerado pela crítica uma de suas mais belas obras.

 

Provavelmente, não dobram pelo homem desumano

Quando sem piedade, não se apieda do ser humano

O sino não dobra por aquele que viveu em dissolução

Quando na falta de humildade, não ofereceu o perdão

 

Os sinos não dobram pelo homem que não respeita mulheres

Quando na força de sua juventude, só as queria pelos prazeres

O sino não dobra pelo homem que não assume os filhos

Quando na necessidade deles, usa da lei todos os empecilhos

 

Os sinos certamente não dobrariam por alguém sem consideração

Quando vendo a fome à porta, não alimenta seu irmão

O sino nunca vai dobrar pelo homem irresponsável

Quando podendo ser, escolheu não ser ao próximo amável

 

Façamos o bem todo o tempo

E saberemos por quem eles dobram

E se fizermos por merecer aqui

“Os sinos dobram por ti”

 

Nota:

“A linguagem dos sinos, como aprendemos em visitas a cidades históricas repletas de igrejas, é cheia de nuances. Um sino pode tocar para marcar o horário de uma missa, avisar emergências, chamar para procissões, anunciar nascimentos ou falecimentos. Aliás, quando emitem um cântico fúnebre, essa linguagem cheia de mensagens cifradas leva à pergunta óbvia: por quem os sinos dobram? Ou, quem morreu? Um poema escrito há quatro séculos, ao mostrar a conexão entre tudo o que existe no mundo, resumiu: quem morreu foi você

Em 1943, Sam Wood dirigiu o filme baseado no livro, com Gary Cooper e Ingrid Bergman, onde em um dos diálogos é proferida a frase que se tornou, não apenas conhecida, mas popular em todo o mundo: “… não perguntes por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”.

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 17/03/2024
Reeditado em 18/03/2024
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