Capimunismo
Ele rezou.
Pois os joelhos ao chão,
No desespero chorou,
A Deus pediu perdão.
Queria uma resposta,
Para tanta inquietação,
A angústia o dominava,
Foi difícil a caminhada,
A vida foi em vão.
Não suportava o peso.
Da ânsia,
Veio o medo,
Quer fuga,
O prisioneiro,
Que encontra-se ali,
Dentro.
“Envie um raio,
Chuva,
Trovão,
Pois em tuas escritas,
Não encontrava a tão sonhada salvação”.
Os algoritmos trabalham,
E na tela,
Algo aconteceu.
“Se você está aqui, não é por acaso”,
“Reprogramo sua mente”,
“Destravo o inconsciente”,
Revelou-se!
A comunicação apareceu.
Mas cobrava o dízimo,
Parcelou no cartão,
Entregue o conteúdo,
Devorou como um louco,
Faminto,
Buscando a solução.
No início é o encanto,
É tanta excitação,
Vai acabando aos poucos,
Por vezes,
Tentou de novo,
Se tornou frustração.
Revela-se novo segredo.
Os céus,
Manipulam os algoritmos?
Mais um vídeo,
Um guru,
Fala sobre seu desespero.
Outro conteúdo incluído,
Que não leva a nada.
Perdido,
A ilusão o consome,
Outra fórmula mágica,
Esta irá resolver!
“Venha e compre”!
Um dia descobriu,
Que era igual a tantos outros por aí,
Carrega os mesmos problemas,
Dilemas.
Todos engrenagem de um mesmo sistema,
Que copia teorias,
Vendem a felicidade explícita,
E entregam a depressão,
Até recrutar outra vida.
O homem explora o homem,
Controla,
Canibal de almas,
Esquarteja,
Devora,
Consome.
Come a carne,
Cospe o osso,
Bebe o sangue.
Satisfeito,
Rejeita,
Entrega aos abutres,
Terminam o trabalho,
Assim,
Dentro de si,
Some o homem.