TORMENTO

 

Uma criança não merece tal tormento.

Perdida, o olhar vazio e descontente,

O concreto é seu leito, triste lamento,

Em meio à incerteza, frágil mente.

 

As drogas, malditas, constroem fortaleza.

Ela, já perdida, ainda dança com destreza,

Sua cabeça, sem esperança, sem grandeza,

Enfrenta a rejeição, dura e crua, sem defesa.

 

O que adianta sonhar se o mundo a rejeita?

Nem tem como imaginar a vida perfeita,

Nascida entre sombras, na rua estreita,

Onde as mãos crescem sem afeição, sem colheita.

 

Sério, tudo parece tão sem cura,

Mas ainda há esperança, mesmo na amargura.

Júlia Chemello Bascur - 16 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 01/03/2024
Código do texto: T8010469
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