RETRATO 4X5 DE UM CAMPO INJUSTO
À gigante China, destino e desafio,
Soja brasileira, em seu cargueiros carregam.
Preços e demandas, um eterno pavio,
Óleo e carne, na balança pegam,
O povo com fome, cotidiano frio.
Milho promete, apesar do céu cinzento,
Cana-de-açúcar, esperança não renova.
Chuvas e secas, produção em aumento,
Açúcar e etanol, em preço que é prova,
Brasil latifundiário, veneno verde, manto.
Carne pesa, no prato e no preço,
Anos novo, velhos e grandes aumentos.
Exportação cresce, em ritmo espesso,
O abate diminui, lentos movimentos,
Pecuária reflete, fazendeiro obeso.
Reforma agrária, clamor que ressoa,
Por terras justas, a chama se acende.
O agronegócio, que a muitos não coroa,
Emprego e sustento, a esperança se fende.
Frente à fome, a voz da expropriação ecoa.
20.02.2024