Recife, meu amor.

Cidade Maurícia,

Veneza tão bela,

Vila anfíbia,

Putas à espera.

Capibaribe de tanto amor

Merda exala de tanto fedor

Rio das assombrações,

Águas das emoções,

Leva as lágrimas dos pobres

Cala o choro dos menores

Recife dos falsos bardos

Dos políticos devassos

Cidade dos grandes heróis

De tantos mudos brados

Pontes criadas por poetas

Exaltam a beleza dos rios

Ofuscam suas arestas

Fabricam discursos vazios

Mendigagem que veta,

Arruína os sonhos dos vadios

A argúcia do boêmio no bar

É incapaz de ver os moleques

Trocados? Não, não posso dar

Aos meninos que vendem chicletes

Para amanhã terem o que mascar

Pobreza,

Mendigos,

Banditismo,

Fedor

Por ti, ó Recife,

Nunca guardei tanto amor!

Dionísio niilista
Enviado por Dionísio niilista em 02/01/2008
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