A festa acabou!
Força, Zé!
Ônibus passa apressado
enquanto o barulho das moedas
lentamente se ecoa nas mãos
de quem se acostumou à inércia.
Uns becos desertos,
uns planos incertos,
botecos de outrora
que prevêem tanto porvir,
rascunhos de letras de música
esquecidos nos bolsos,
amarrotados em aroma de cachaça e pipoca.
Levanta os ossos da cadeira e segue
firme rumo ao almoço incerto...
Autoridades corrompidas,
legislação e bancas de bicho,
reminiscência juvenil,
o tal benefício social,
ambidestros desembestados,
(Quem me dera viver mais!)
Veneza ou sertão,
bem me quer, quero pão,
atenção jamais atenta
ao que meu peito reinvidica.
Destino? Noticiário!
Força...
Zé?
Zé?
Cantarola ironicamente o rádio velho, baixinho,
enquanto o moleque contempla
o sangue do passado que clama
no barro presente
a certeza do futuro:
A festa acabou!