Autoódio

De auto amor e autoestima

Ouço falar à cada esquina

Muito até e quem me dera

Do autoódio assim se era.

 

Contra os perigos, desprevenido

Passa o jovem-moço, sofrido

Ao descobrir de fato, é tarde

Que no fundo um ódio arde.

 

Não se amar é coisa menor

Indiferença, é até melhor

De que olhar o seu reflexo

E não ver mais que um anexo

Das coisas insignificantes

Desejar ter morrido, antes.

 

Ah, a indiferença não mata

Mas do ódio, desse não escapa

E se à outrem querendo mal

Tudo pode ser final

Quanto mais será a si mesmo

Um ser que se odeia a esmo?

 

Docke Lima
Enviado por Docke Lima em 02/02/2024
Código do texto: T7990865
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