CIDADE
Eu penso e escrevo até mais tarde
E sempre acordo
Com ressaca cultural pela manhã.
O dia na cidade é sempre corrido.
Ouço os balbucios dos viciados,
Embaixo do viaduto do meu peito
E a fábrica pensante solta fumaça
Pelos meus ouvidos.
A correria da cidade contorna o eterno
De vir da minha casa.
O engarrafamento pressiona
E cria olheiras debaixo de meus olhos,
Porém, de madrugada,
Ainda temos affair.
As luzes dos cassinos,
Em meus olhos, iluminam o quarto
E, quando falo,
Jazz dos bares boêmios
Saem da minha língua,
Mas nosso tempo é curto, minha bela;
Pois a cidade não dorme,
E tenho muito que fazer amanhã.
Terei de cuidar da minha ressaca,
E regir a cidade novamente.