Crisálida

finda a forma compacta do corpo

é o ego dando tchau pro músculo

essa despedida cheia dum torpor

prepara o ser para um crepúsculo

nulo se fez o refúgio desde então

nada de ideia errada dessa gente

só a verdade para aquele cidadão

que livre fica da cela dessa mente

inocente é um homem que nasce

mas a culpa vem na humanidade

carregar toda a alegria da classe

para prender na crisálida a idade

sociedade com a maneira insana

viver num casulo até o fim do dia

e à noite deixar a alma na cabana

para alvorecer naquela ventania

cortesia ou uma ironia dessa vida

pois todo mundo aguarda a vinda

mesmo lá do asilo cheio de ferida

a esperança que está na berlinda

De

Marcondes Schifter

Poeta & Jornalista

MarcondeSchifter
Enviado por MarcondeSchifter em 29/01/2024
Código do texto: T7987758
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