Crisálida
finda a forma compacta do corpo
é o ego dando tchau pro músculo
essa despedida cheia dum torpor
prepara o ser para um crepúsculo
nulo se fez o refúgio desde então
nada de ideia errada dessa gente
só a verdade para aquele cidadão
que livre fica da cela dessa mente
inocente é um homem que nasce
mas a culpa vem na humanidade
carregar toda a alegria da classe
para prender na crisálida a idade
sociedade com a maneira insana
viver num casulo até o fim do dia
e à noite deixar a alma na cabana
para alvorecer naquela ventania
cortesia ou uma ironia dessa vida
pois todo mundo aguarda a vinda
mesmo lá do asilo cheio de ferida
a esperança que está na berlinda
De
Marcondes Schifter
Poeta & Jornalista