Alopatia
Parasitóides vivendo em um mundo cão,
Tantas moléstias,
O álcool,
Ganância
Tragédias,
Ida sem volta,
Embarque para depressão.
Em um mundo pet,
Desenvolvo minha relação,
Pai de canino,
Suíno,
Equino,
Bovino,
Viro fluente em latim (do),
Revolução do bichos,
O animal que é humano,
E o primitivo em meu gene,
Me conduz a uma eterna regressão.
A vida tá esquentando,
O boi,
Cada vê mais ruminando,
Gente,
De fome morrendo,
E outros,
Pelo poder estão matando,
O clima,
Tá piorando,
Os pólos,
Descongelados,
Nosso conforto tem preço,
Por isso estamos pagando.
Mas tudo bem,
Vamos caminhando,
Matando a fome dos saciados,
Isolando os excluídos,
Tomando as marmitas,
Dos debilitados.
Convertemos o Deus cristão,
Em senhor capitalista,
Opressão a qualquer preço,
Desfrutamos da orgia,
Mas em templos,
Ganham-se votos,
Nos tornamos,
Moralistas.
Vale mata o quanto pesa,
Com dinheiro,
Sem justiça,
O voto,
Se ganha com a miséria,
De escambo,
Vive a política,
Esconde tudo o que não presta,
E aos sedentos,
Água,
Retirada de latrinas,
Defendemos o diabo,
Travestido de homens de ideologias.
Escravidão modernizada,
Presos a eternas dívidas,
Juros,
Ao invés de chibatas,
Grilhões,
De mora por dia,
O imposto é sobre tudo,
Sustentando a mordomia,
De novos escravocratas,
Da fazenda,
Chamada Brasília.
Me desculpem pelo desabafo,
Talvez seja o calor,
Que faz esses dias.
Eu sublimo em palavras,
As vontades reprimidas.
Frases, mal rabiscadas,
Exercendo a tirania,
Do eu sobre mim ordenada,
Que me cobra,
Dia a dia.
Por favor!
Uma dose de morfina.