VASSALAGEM CONTEMPORÂNEA- Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros Rio de Janeiro Brasil.

VASSALAGEM CONTEMPORÂNEA -Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros.

Quando a luz se apaga, a sombra some,

quem não se alimenta do que come,

não degusta, simplesmente morde...

... porque continua tão faminto, que se esgueira pelo labirinto

do jantar de um fino e...falso... lorde.

Quando os vassalos são sem rei,

eles reinventam nova lei,

onde todos comem um igual,

mas na sua antropofagia,

cada solidão, por ironia,

não devora o que lhes faz tão mal.

E se o que faz mal é o que alimenta,

a massa se torna violenta,

destruindo espelhos e vidraças,

pois, ao se fitar, o que ela vê,

é a propaganda na TV,

pondo, na cultura, vis mordaças.

Basta um rosto lindo ou uma voz

eloquente falando por nós,

que, por sermos seres tão carentes,

nos tornamos tão embevecidos,

que até por estarmos comovidos,

nós ficamos mais obedientes.

Numa simples cena de novela,

nós nos esquecemos da sequela

e pedimos uma Coca-Cola,

no intervalo para a propaganda...

sempre foi assim: Sabem quem manda?

É a TV, interesseira escola.

Nela, um filme ensina a atirar,

outro torna o ato de roubar

um ação perfeita... e fascinante!

sexo, se aprende, olhando a cena

sempre apelativa e obscena,

e o amor se perde...num instante.

Jornalistas mais capciosos

criam pensamentos odiosos,

entre aqueles que tanto se amam,

dividindo o povo em tantas partes,

fazendo, de nós, meros encartes,

que entretanto vamos, se eles chamam.

Essa vassalagem desmedida, torna sem sentido a nossa vida,

e nos faz ter sonhos idiotas,

como, um bigbrother copiado

de um programa "americanalhado"

feito por espertos agiotas.

Cada propaganda é uma fortuna basta o naufrágio de uma escuna

ou um helicóptero cair,

ou a queda de um viaduto,

que o canal revende o seu produto

no intervalo que o faça sorrir.

O texto de humor... de "mau humor"

tem em cada caricato ator, interpretações tão previsíveis,

que até o aplauso e o sorriso

são só gravações de improviso

e roteiros sempre desprezíveis.

À exceção dos textos geniais

dos grandes artistas imortais

que criavam lindos episódios,

as vulgaridade mais banais

criam pensamentos tão bossais,

destilando preconceitos...ódios.

Houve uma mudança de atitudes,

que, mostrar, no palco, inúteis "nudes"

são a maior parte do esquete,

a cultura autêntica se perde,

a história muda... é só um nerd

fazer, de um ator, marionete.

Caco teatral, o palavrão,

tão repetitivo e sem noção,

suja o papel do ator chinfrin

que entende que interpretação

é impor a sua opinião

sem sequer saber para que fim.

A ignorância popular

faz essa raça se alimentar

do poder que move a arrogância

e enquanto a cultura se destrói

a falsa esperança se constrói

sob as garras podres da ganância.

Sinto-me tão velho para isto,

que imagino até que o proprio Cristo

olhe de soslaio pra essa gente

que fala de amor, mas interpreta,

com sua perspicácia abjeta,

tudo que engane a nossa gente.,

Às 19h e 21min do dia 15 de janeiro de 2024 do Rio de Janeiro. Poema eneassilábico.

Registrado e Publicado no Recanto das Letras.