Palhaço das nozes
Como um palhaço !
Repetindo estrepolias no circo da vida
Por fazer rir, vai se indo, rindo
Uma lágrima de triste na partida.
Como uma andorinha
Buscando fazer verão, sozinha
Depois dos ventos, acredita sorrindo
Que sementes ficaram aqui ou ali.
Natal e ano novo banhados a champanhe e nozes
Risos pra quem pode, gordura excedente de verão.
Uma lágrima escorrega. Nada novo, tudo cessa.
Foi só festa, carnaval e alegoria.
Ignorância alastra-se nestes Brasis, sem juiz
A infância, ainda, nasce nos braços da egolatria
Sob o caldo negro de esgotos fétidos, bebês são depositados
Nos braços de homens cansados, febris.
No caminho flor de liz, muitas vezes da vida abstraidas
mulheres com seus rebentos, abandonadas ainda gurias,
acreditam ser felizes por serem mães da ousadia,
Libertarem-se de seus destinos no atropelar dos dias
Fora do circo milhares de crianças esperam a vez
De fazer parte do espetáculo. Não foram convidadas.
Pedras de tropeços nos faróis, armazens, estacionamentos
- Olhai por nós pequeninos, agora e na hora da nossa morte. Amém!