Sentença [discurso indireto livre]
Onde chorar as pitangas?
Bater o ponto da dor?
Porque tô morrendo de medo
De dar a cara
E cair na real
É de cair o cu da bunda
Eu tô abestalhado
Nesse meu chove-não-molha
Ficar em cima do muro
Quebrar o galho
Me colocar na parede
“Cê tem que se olhar no espelho!”
Eu sou um sem-futuro?
Debaixo da saia
Pulando a cerca
“Aí, se achando o rebelde
‘A bala que matou John Lennon’
Não fez a missa metade
Nem teria culhões
De aguentar a barra”
Não sai da minha cabeça
Mas não me tira o sono
Talvez eu me sinta num filme
Roubando o lugar dos outros
– Pra atenuar suas dores...
("Sempre me lembro do bandido Cara de Cavalo, que foi morto com 52 tiros.”)