sozinho

estou sozinho em meu cantinho

ajeitado, metabolizado.

veste-me como luva

mas não me encobre como máscara

há em meu silêncio

palavras insones

que perambulam

pelo infinito

aguardando a grandeza do momento

há nessa pequena eternidade

instantes infinitos

micro-cosmos cheios de cores,

flashes... perfumes,

e a sensação

de que não se consegue estar

definitivamente sozinho

há poesias nas paredes

pintadas nos quadros...

na estante de livros,

nos bibelôs... a me encararem com

estranho ar de familiaridade

definitivamente sozinho

é estar no impossível momento de isolamento

estar imune ao mundo

e ao mesmo tempo

imerso na semântica de tudo...

nadando dentro de uma enorme bolha

de sabão

que solta

explode

quando se abre a porta...

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 30/12/2007
Reeditado em 12/01/2008
Código do texto: T797090
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