Bagulhos
Lhe via sempre caminhando
sempre suja e só,
e num grande saco
carregava os seus bagulhos
e, porque na rua vivia,
quando se cansava
de tanto caminhar
na calçada se jogava
e, nela descansava.
E, quando um pouco descansava
das suas constantes caminhadas,
toda pessoa que dela se aproximava
estirava o seu magro braço
e, por uma esmola pedia
e, assim, o seu dia continuava
sempre ao saco agarrada
onde estavam todos os seus pertences
que, lamentavelmente,
não passavam de bugigangas, de fato,
e assim na rua morreu infelizmente.