VIDAS SECAS
GRACILIANO QUE ME PERDOE...
Falo do sertanejo,
que de lampião a pedreiro
foge do agreste
inconteste,
buscando da água o lampejo.
MAS OS VERSOS CORREM MUNDO E NAO MUDAM NADA!!
Do agreste o gado morto.
Da chuva? Nem com reza!!
PADIM PADRE CICERO QUE ME DESCULPE..
mas a boca se procria
em filhos: 1, 2 .... e lá vem o sexto!!
A terra enrigece a cada nascimento,
enegrece.
As crias comem do gado a palma
povo sem alma...
MAS A REZA NÃO FAZ MILAGRES... NEM CHUVA
Cansado, foge para as cidades,
matula, marmita, maldade...
Iludido deixa de ser humano,
talvez pau de obra,
talvez escravo de pau.
Muitas bocas
voz calada,
vida rouca.
Bandeia de lá pra cá
e volta...
Saudades do meu sertão!!
A fome compensa o orgulho esquecido,
a caatinga enxadeia a roça: tudo mais uma vez perdido!!
Vidas que continuam secas.
Ao fundo o choro carpideiro.
Essa a vida sem letras,
um estigma que faz da garra o romeiro.
QUE ME OUÇAM OS GOVERNOS!!!
Só é preciso investir
em consciência,
em ecopaciência,
em popular inocência,
em brados de sobrevivência...
MAS O DESCASO É PLATAFORMA...
Refazer o cerrado!!
Plantar a caatinga!!
Permitir o sertanejo cantar sua história!!
Desenhar um Brasil superando e se refazendo em glórias!!
Vida...vidasecacarpinaterracalejamãosretomarecomeçaatéoencerrardostempos.....
*** Obscura, até duvidosa, transposição que, com certeza, será solução.
Resta saber se a vida a volta do São Francisco será preservada.
Grevese, ainda, de fome é absoluta estupidez. Se não for por uma necessidade doente de auto-flagelo, é JOGO... e sujo!!