Obscureza
Helena, Mônica, Maria, Célia...só Amélia que era mulher de verdade.
Cuidava da casa, das crianças, da roupa das crianças, de tudo, de toda família.
Quanta inquietude..., mas e a tão sonhada faculdade?
Ficou num passado remoto, distante a mais de milha.
Não se pode negar que seu desejo nem por um minuto fora ponderado, valorizado!
Sequer aprendeu a ler. Não sobrava tempo, tinha coisa mais importante para fazer.
Esse tal desejo “insano” também lhe fora tirado.
É só uma mulher! O que importa sua vida?
Idas e vindas, batalha... luta infinda.
Não dá mais tempo. Sua vontade não pode ser mais resgatada. Sua hora já passou.
Escuridão...
O pincel do tempo já a alcançou.
Assim como o peso do tempo sobre suas doloridas e cálidas costas.
Responsabilidades não foram compartilhadas: todavia, lhe imposta!
Vida afligida e turva que ante seus olhos passaram num instante.
De repente acordou: “Não verei jamais um livro com meu nome numa estante.
Poesia da Sil, em 26 de dezembro 12h57 AM.