Medusa
Oh! Mulher, porque andas
Embriagada e confusa?
Teu rosto é puro deslumbre
De total palor.
Tu és sempre medusa
Oh! Deusa do horror.
Não te faltarão horas tristes
De angustia e solidão,
Consumirás-te na bebida
Para esquecer tua dor.
Faltará-te o olhar sincero
Com paixão...
Tua própria sombra
Causa-te pavor.
Para saciar teus desejos,
Tu recorres ao homem
Objeto, tua mercadoria.
Finda a noite surge a aurora,
Tu sem bocejo,
De copo na mão,
Desprovida de alegria.
Esquelética, perambula
Pela casa deserta,
Depara com um profundo vazio,
Na desventura tu’ alma desperta
Para um infortúnio que tu jamais viste.