Medusa

Oh! Mulher, porque andas

Embriagada e confusa?

Teu rosto é puro deslumbre

De total palor.

Tu és sempre medusa

Oh! Deusa do horror.

Não te faltarão horas tristes

De angustia e solidão,

Consumirás-te na bebida

Para esquecer tua dor.

Faltará-te o olhar sincero

Com paixão...

Tua própria sombra

Causa-te pavor.

Para saciar teus desejos,

Tu recorres ao homem

Objeto, tua mercadoria.

Finda a noite surge a aurora,

Tu sem bocejo,

De copo na mão,

Desprovida de alegria.

Esquelética, perambula

Pela casa deserta,

Depara com um profundo vazio,

Na desventura tu’ alma desperta

Para um infortúnio que tu jamais viste.

VALDA FOGAÇA
Enviado por VALDA FOGAÇA em 27/12/2007
Reeditado em 15/06/2023
Código do texto: T794199
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