Trepadeira
Aflorando de fonte galvanizada, verte em verde a trepadeira um tanto quanto nuançada
Qual cachoeira de esperançosos fogos de artifício, esparramando-se, alvissareiros
Serpeia abaixo emoldurando o sisudo e senhoril casal
O cappuccino fumega seus encantos à verve da passarada
E, em meio a tantos silvos, desencanta-se o passageiro
Que a tudo vê e pranteia interior o tão banal
Pois a fibra não logra a pretensa síntese, descarada
Do que é in natura, mas parece derradeiro
Diante do eterno, artificial
Plástico, forma onipresente desformada
Que em mil cores matraqueiras
Cheira muito,
Muito mal!
14.11.23