Antropofagicamente poético
A cidade engoliu o verde
que aqui havia,
deixando no lugar
montanhas de alvenaria.
O vento passa devagar,
a vida demora a chegar
(se é que há vida nesse lugar)
e a rima corta uma volta,
para se libertar.
Antropofagicamente,
absorvo tudo:
somo, incorporo,
faço um estudo...
A cidade é tão desumana,
quanto insana.
Tem gente que se engana,
porque gosta de se enganar.
03.01.2014