O Brasil dos Tempos de Bolsonaro
Eu vi um país despedaçado em sua civilidade,
Caminhando, trilhando um rumo sombrio,
Onde se mesclam atitudes de neofascismo,
Um lugar onde os cegos não percebem que o passado se repete.
O horror de 1964 teima em manchar as mentes desavisadas,
Pais de família enaltecem abutres torturadores, cruéis,
Que enfiavam ratos vivos onde a dignidade alheia sucumbia,
Nas entranhas de um passado sombrio, insano.
Os seguidores dessa retórica distorcida contam histórias,
De Cristo e sua benevolência, mas também quebram narizes,
Se testemunham dois homens se beijando nas ruas.
O Estado ditatorial se insinua sorrateiro, insidioso.
Parlamentares sussurram sobre metralhar opositores,
Cordas de capoeiristas manchadas de sangue e dor,
Negação de terras aos índios, quantificação de negros em arrobas.
Analfabetos políticos urram ideias malignas,
Professores apoiando o fim da educação presencial.
Trabalhadores surrados defendem a reforma que lhes nega,
Direitos e dignidade, enquanto a elite aplaude.
Crença em um Estado mínimo congelando salários,
Diminuindo empregos, desigualdade a crescer.
Na periferia, bandeiras tremulam em favor da privatização,
Mas será que pagarão por saúde com seus minguados salários?
Escolher entre alimentar-se ou educar seus filhos,
É o dilema que os aguarda, manipulações moralistas a cegar.
Classe média que elege um homem que não é isento,
De corrupção, apoiador de corruptos e dos ricos,
Um líder que traiu os anseios populares,
Em prol dos privilegiados, dos que sugam o povo.