Ainda como antes
As caravelas já chegaram
E os índios se dobravam
Frente a um tiro de canhão
Falavam de progresso
Mas o que sentiam os desalmados
Era o regresso espreitando a sua porta
As ocas se converteram em prédios
Os selvagens em cristãos
Mas ninguém entende por que não muda a exploração
Mas os colonos continuam
Prometendo-nos tantas coisas
Pra justificar sua ambição
O homem segue explorando
O homem continua explorado
O homem ...
A guerra parece inútil
Diante um inimigo tão voraz
Que fez de nossas vilas
Um terreno tão mórbido
Tudo segue como antes
O homem pelo lucro
O sangue em troca de ouro
O acumulo chegou
E a paz se foi
O homem que perdeu a alma
Perde também o seu prazer de viver
Quem disse que disso precisamos?
Que para progredir precisamos ser selvagens
Matando-nos uns aos outros
Em troca de vazio
Se for assim eu não quero mais
Cometer os mesmos erros e perder a paz
Eu acredito em mudanças, mas tudo continua
Ainda como antes