Ainda como antes

As caravelas já chegaram

E os índios se dobravam

Frente a um tiro de canhão

Falavam de progresso

Mas o que sentiam os desalmados

Era o regresso espreitando a sua porta

As ocas se converteram em prédios

Os selvagens em cristãos

Mas ninguém entende por que não muda a exploração

Mas os colonos continuam

Prometendo-nos tantas coisas

Pra justificar sua ambição

O homem segue explorando

O homem continua explorado

O homem ...

A guerra parece inútil

Diante um inimigo tão voraz

Que fez de nossas vilas

Um terreno tão mórbido

Tudo segue como antes

O homem pelo lucro

O sangue em troca de ouro

O acumulo chegou

E a paz se foi

O homem que perdeu a alma

Perde também o seu prazer de viver

Quem disse que disso precisamos?

Que para progredir precisamos ser selvagens

Matando-nos uns aos outros

Em troca de vazio

Se for assim eu não quero mais

Cometer os mesmos erros e perder a paz

Eu acredito em mudanças, mas tudo continua

Ainda como antes

Albino
Enviado por Albino em 25/12/2007
Código do texto: T791657