Dá o Teu Ombro Amigo à Escória

Dois ou três ressacam no beco indecente;

Três ou quatro pernoitam ao relento.

A cidade envolve-se numa noite iminente,

Até postes de luz descobrirem este desalento

Que mostra o único retrato que nunca mente.

Será tudo isto apenas uma memória

Que vem ao de cima em tempo de amargura?

Não, foi abandonada num canto da história;

E agora que volta, leva-me à loucura

Quando o apelido é a palavra escória.

Estas sombras pediram-te perdão?

Não. Só te pediram ajuda e tu recusaste.

Pergunta-lhes antes por que sombras são.

Dormem, se não na rua, em lápide.

E tu, empatia, mostraste? Ombro? Pois não.