Névoa
numa cadeira próxima da janela
vi no presente esse ego obscuro
carente do significado da tutela
desse falso conteúdo do impuro
então corri para aquela esquina
esperava pegar mais um ônibus
com o caminho lotado de rotina
para esse futuro cheio de tabus
ontem fui à escola para estudar
e tudo o que aprendi foi clamar
hoje deixei a faculdade auxiliar
porque todo ensino era familiar
tentei subir até o topo da colina
eu queria olhar lá do outro lado
mas a decepção veio na neblina
impediu a revelação do passado
uma porta de casa aberta agora
traz um discurso da luz apagada
onde um sujeito perde na ágora
o direito da opinião empregada
De
Marcondes Schifter
Poeta & Jornalista