Condenação
Existência – A grande questão,
A maior contestação.
Triturados – Olho do furacão,
Violência, infinita ebulição.
Vidas jogadas ao desalinho,
Reféns no próprio ninho.
Ao sobreviver, falta a graça,
Batendo de frente, total pirraça.
Corpos caídos, cercados pela multidão,
Do Estado a sua contribuição.
Qual o respaldo desse tratamento?
Como gados, nenhum divertimento.
A maioria, massa manipulada,
Os zumbis falidos na involução.
Por quem deveria cuidar, abandonados,
Injustiçados – Cadê a absolvição?
Condenados pelo poder público,
O CEP – Imputando o caráter.
Subjugados com deveres, sem prazer,
O trigo e o joio no mesmo buraco.
Qual o poder que tens nas mãos?
Simples mortal em abnegação.
Introduzido no jogo desleal,
A qualquer momento, torna-se fatal.
Estreitando estão as portas,
Almejando a fuga, a rota.
Desejando o alívio, o refrigério,
Águas turvas, densidade de rios.
Aprisionados pelo martírio,
O caos – Fatídico sacrifício.
Os pensamentos, a desolação,
Chances para o futuro? Indignação.
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Blog Poesia Translúcida