Etilismo
eu vivi isso como um neto
também como aquele filho
e como um pai sem o afeto
tudo refletia nesse gatilho
aprendi uma alegria diluída
e vinha da garrafa pra boca
logo cedo iniciava essa lida
e mais tarde comia a mosca
nem sempre era desse jeito
mas com a bebida no efeito
tinha a certeza dum defeito
no final de todo um respeito
a sina cruel daquela geração
um legado vindo do passado
presente na vida do cidadão
roubava o dia dum ultrajado
meu avô bebeu até esse fim
e papai tentou deixar enfim
enquanto eu via num jardim
aquela dor por existir assim
De
Marcondes Schifter
Poeta & Jornalista