Magricela
aquela casa de papelão
era para aquela família
um lar escuro na razão
refúgio de chuva na via
o jornal cobria um ator
no frio que faz de noite
a mídia como cobertor
do ego preso ao açoite
gente perdida na praça
jamais é notícia na tela
uma vítima da mordaça
atrás da pele magricela
nesse castelo de papel
o clã se reunia de tarde
para comer o lixo cruel
que resta da sociedade
e mais uma página suja
utilizada como o lençol
do ser cativo do marajá
revela a geração ao sol
De
Marcondes Schifter
Poeta & Jornalista