DIANTE DA BARBÁRIE
DIANTE DA BARBÁRIE
Temo não ter palavras
diante da barbárie
que nos destrói emocionalmente
a cada dia.
A violência da bala
me abala,
quando um corpo inocente
perde a vida estupidamente
em meio ao caos
patrocinado pelos poderosos
e a notícia se perde
no vazio do tempo.
Estou esgotado, devastado,
diante do desprezo pela vida.
Velhos morrem, jovens morrem,
homens morrem, mulheres morrem
no festival do extermínio.
É a consequência da guerra, dizem friamente
quem deveria velar pela existência.
A banalização da morte impera
neste país, onde a carne negra
é a mais barata.
Entendam o que sinto!
Entendam que esta dor cai pesada
no vazio da alma.
O poeta dizia: "Não faças versos
sobre fatos e acontecimentos".
Mas eis-me aqui, perdido,
num emaranhado de palavras.
NELSON MARZULLO TANGERINI
7.8.2023.