Eu e a poesia
Os cegos não veêm;
Os surdos não houvem ;
Tudo acontece da forma que creêm ,
Acontece e transforma o homem;
São cegos
São doidos
Fazemos e somos;
Nos veêm como somos
Ouvem o que nós com nossa língua portuguesa
Insistimos em contar
Somos poetas dos loucos ,talvez.
Aquele louco que imagina o mundo em sua mão
Somos invenções de uma imaginação fértil
De uma imaginação que não se cansa
Os surdos não houvem , mas veêm
Os cegos não veêm, mas houvem
Declamarei a poesia aos cegos
Que de olhos fechados irão se encantar
Aos surdos serei uma atriz
Farei gestos repletos de amor
E todos me sentirão
Na poesia , em entregarei
Na força ou na emoção
Me entrego de alma às letras
Que surgem na imaginação
São fontes de emoção
Poesia na alma
E eu vivo a cantar
Meu corpo , minha mente
Se revelam e desvendam.
Sou o vento que bate
E acorda alguns olhares
Sou poeta que sonha
E te envolve em sonhos......