QUE ENERGIA É ESSA?

Que estranha energia é essa,

Que não deseja o melhor para os irmãos?

Que estranha energia é essa,

Que só nos leva a desejar o melhor

Para nós mesmos e, no máximo,

Para os mais próximos, exclusivamente?

Que estranha energia é essa,

Que só deseja explorar, sem piedade,

Os nossos irmãos mais desprotegidos?

Que estranha energia é essa,

Que não se comove com os famintos

De comida, de afeto e de liberdade?

Que estranha energia é essa,

Que só estimula a divisão entre os irmãos?

Que estranha energia é essa

Que sempre cisma em nos colocar fechados

Em impenetráveis castelos fortificados,

Temerosos de saques e imaginadas violências?

Que estranha energia é essa,

Que nos lança na ignorância mais profunda,

Cercados de medos e eternamente defendidos?

Que estranha energia é essa,

Que embandeira nossos quintais

Em nome de raças, classes e nacionalidades?

Que nefasta energia é essa,

Que, por séculos, nos tem acorrentado?

Que estranha energia é essa,

Que só separa e nunca une?

Abaixo a estranha energia!

Que venha a liberdade!