A CULPA É DE QUEM?

O pai desempregado,
revoltado,
Solta palavrões,
Em frente à velha televisão,
A mãe desfila ansiosa,
Pela casa,
Com a criança no colo,
Que chora de fome,
E não há o que comer;
Coloca o dedo em sua boca,
(Doce ilusão);
O pai, descontrolado,
Descarrega a sua ira,
Sobre a pobre mãe,
Punhos serrados no rosto,
Dor silênciosa,
desgosto;
Que por sua vez;
Descarrega na inocente criança,
Sem entender nada;
Agora ela grita,
De fome e de pavor.
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Enquanto isso:
Na cena da novela;
Mesa farta,
E sorrisos abertos.