Rostos na Multidão
Rostos embaralhados na multidão
Passos apressados na contramão
Olhares indefinidos fitando o chão
No vai e vem constante se confundem
Quase se fundem em uma massa
De rostos exauridos de qualquer crença
De passos engessados seguindo a marcha
De olhares inexpressivos que não se detém
Não se prendem a nada, nem a ninguém.
Paro e reparo em meio ao caos
Cada rosto com sua marca, com sua história
Cada passo com suas lutas, com sua glória
Cada olhar traz um sorriso ou uma dor
Expressões únicas das diversas formas de amor.
Em cada rosto há traços de tantos passos
Em cada passo há o horizonte de tantos olhos
Em cada olhar há o reflexo de tantos rostos
E no reflexo que os difere de tantos, tantos
São rostos singulares, diferentes
São passos confiantes, insistentes
Olhares penetrantes, mesmo descrentes
Buscando por um rosto único na multidão
Por passos que caminhem na mesma direção
Por um olhar que toque fundo no coração.