MEU PAÍS

No meu país havia matas.

Agora, doidamente, as desmatam.

E matam... e matam... e matam...

Gentes, bichos e, também, baratas,

Estas já nascidas pra morrer.

Até o sapo cururu já nem canta,

Na beira daquele rio,

Nem mesmo quando vem o frio.

Oh maninha,

Assim vai o meu país,

Embarcação levando ao mundo

Soja, açúcar, carnes e venenos,

Aos borbotões, aos borbotões...

Sem nenhuma pena.

E que se dane a multidão,

Coisa bem pequena,

Encantada, anestesiada...

Em pétreo coração.