Muito Obrigado, Senhor Burguês
Você me escravizou em um trabalho que adoece,
Enquanto ganho mal, em precárias condições,
Um exército de desempregados
Fazem fila para assumir meu posto.
Você envenenou minha comida
Com pesticidas nas plantações,
Elevou o preço do feijão
E com ardilosas manobras do marketing
Empurrou fast foods goela abaixo
Enquanto famintos mendigam por pão.
Você liquidou os escassos
Serviços públicos e, assim,
Prendeu meu filho em infinita fila
Por um atendimento hospitalar, contribui para
A caquética estrutura escolar.
Utilizando os larápios por vias legais, os bancos,
Você elevou as taxas de juros para me endividar
Ainda mais e enriquecer teus cifrões.
Acordo às cinco da manhã para
Ter o fruto de meu suor surrupiado,
Ter a "liberdade" de enriquecer teus bolsos
E não padecer de fome.
E agora eu devo achar esse sistema justo
E agradecer pelo trabalho?
Muito obrigado, senhor burguês!