Pequeno mundo!

Passarinho aprisionado

Insiste em cantar

O canto da liberdade

A soberania das suas asas,

O céu poder tocar

Pula pula na gaiola, lá e cá

No aconchego do seu domicilio

Sementes de girassol, mamão

Agua fresquinha!

Que mais há de precisar?

Adestrado, o medo de alçar

Acostumado ao semi cativeiro

A liberdade vigiada, os agrados

Tem-se menos riscos de voar!

Lembrai- vos dos reluzentes raios matinais ao despertar

Dos campos e as florestas

Das nuvens brancas andantes

Do vento travesso

Da prudência com os gaviões

Da captura dos insetos

Dos cuidados com escorpiões

Preferes não mais arriscar ?

Pobre passarinho

Nesta desventura

Decanta-se a criatura

Envolto ao seu ninho

A reter lhes as asas

Persiste tanto rastejar!