O TRABALHADOR-POETA

Preterido muitas poucas

vezes, segui meu sonho

como um Ulisses em viagem

de volta à sua Ítaca, procurando

a Penélope a que se abraçar

e fugindo das sereias que

cantavam no mar bravio

tentando encantar-me

com outras tentações

que não fossem o meu

fazer meus poemas.

Minha Penélope enfim

sempre foram as academias

de letras do interior,

que me receberem de

braços abertos para o

final feliz de uma estória

de amor às letras

e chamo esta poesia

de social porque vim

andando sempre sobre

vias calçadas, às vezes

asfaltadas da vida

civilizada mas cheia

de perigos mil. Assim

aqui fica agora esta

minha pequena epopéia

a festejar-me. E ao reecontro

de mim mesmo, que de

tão menino sonhador:

- Vou ser poeta, escrevenhinhador!

E canto meu canto,

enfim, sem percalços,

com as palavras que aprendi.

E quero aprender muito

mais outras palavras.

E poesia-social também

por ser confessional aqui.

Eu: trabalhador-poeta.

Que de trabalhador me

aposentei, poeta vero

me dou ao mundo dos olhos

alheios em busca dos

encantos deles.

Aristides Dornas Júnior
Enviado por Aristides Dornas Júnior em 18/06/2023
Reeditado em 18/06/2023
Código do texto: T7816670
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