U.S.A.

Estes olhos de uísque que embriagam a plateia

Debruçando sob um princípio perpetuado

Despetala-se uma América dos porões

Um discurso-produto altamente inflamável

A percepção azedara o ainda prefácio

Outro juízo fundando uma nova moral

Mistura lanças e afagos a superfície

Cravos transmitem uma ciência que esfola

Uma espiral que expira recomeços

Transformando movimento em pavimentação

E toda a afirmação é um herói que dói

Devolvido ao anonimato de seu cinema

Saturno enterrado com a certeza

Um continente dissimulado

Pondo seus filhos a mira de um fuzil

Abandonando-os a beira do precipício

Justiça que seja entranhada

Não se faz um país com pólvora e papel

Gesta um domínio previsível

Afetuoso com outros cupidos de algodão

O hoje atrevido mascarando a aridez

Que o imprevisível reserva a todos nós

Enterre teus satélites em espelhos de mão

E tente persuadir uma forja de veracidades

As estrelas caem disformes nessa noite

Cadáveres enxertados de água e sal

Desfilam entre as moscas até o final

Onde o perfume de cova revirada florescerá

A força cede, enfeita a máquina

Com ditados de povos da era de aquários

E ao que se preza uma reza de nuances

Seus sinônimos construirão um novo absurdo

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 09/06/2023
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