Mesmo

Passei a vida na raça

Na graça que não pago

Na escola que não vivo

Na repulsa de castigo

Agora caio morto

Pra sempre um elo torto

E a vida briga comigo

Assim comigo mesmo

Um eco a esmo

E uma dúvida que me continha

A rua que já tinha

Uma fatia de consumo

Por isso, agora eu sumo

Por ser inocente

........

Calada

Solta que nem lua

Vagueia a noite

Pela sombra vigiada

Vê a ave de rapina

Pequenina

No meio tinto

descansa um segredo

E dorme calada

..........

Tempos

Já faz muitos enganos

Que passou o último ano

E agora estou certo

Que não me perco por pouco

Só me vendo por muito

E me acho, diacho

Tô tonto de tanto valor!

Vera Mascarenhas
Enviado por Vera Mascarenhas em 19/05/2023
Reeditado em 20/05/2023
Código do texto: T7792537
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