A luta é por respeito
Escute senhor,
Não seja senil,
Vou te falar sobre história,
Ainda insiste a escravidão no Brasil.
A Isabel,
De vilã a heroína,
Decretou o que é nato,
Liberdade é lei divina.
Jogados por toda parte,
Sem comida ou moradia,
Se entrega a própria sorte,
Ou ao acaso se rendia.
Higienização social,
Dos centros os excluíram,
Quilombo virou favela,
Aos morros foram subindo.
A voz que foi calada,
A ignorância gera o racismo,
que fez todos iguais,
E humanos desiguais,
Ao pecado convergindo.
Há trabalho,
Não emprego,
Paga-se pelo que tem,
Roupa, casa e alimento,
Descontado ao fim do mês.
Vigilância,
Noite e dia,
Se fugir,
É sua vez,
Capitão usa polícia,
Para caçar todos vocês.
Bala perdida,
Encontra o preto,
A polícia,
Mira o preto,
O desemprego,
Atinge o preto,
A fome,
Dói mais no preto,
O preconceito,
Destrói o preto,
Mas o respeito,
Não recai sobre o preto.
A luta é Resistência,
Quem não luta,
Se entrega ao medo,
O grito,
Quer ser ouvido,
Guerra é contra o desespero,
Querem o lugar de fala,
A luta é por respeito,
Querem o fim da escravidão,
E agora,
Por direito.