NEM ÀS VEZES...
...Há um pranto
lá num canto,
sem acalanto.
... subterfúgios!
ao murmúrio
dum subúrbio.
... trem que apita
na memória.
Sobrevida.
...cobertor
a acolher
toda ferida.
...uma folha
quase solta
é guarida.
...pelo sonho
dum perene
sempre Outono.
...estações
são sempre próximas,
Solidões.
...mais um muro
Contemplado
é pichado.
...jaz a arte
sob o medo
agonizado.
...ainda às vezes
um relógio
é marcado.
...no silêncio
do que grita
ser roubado.
...pela praça
o cenário
é alucinado.
...alguém reza
num rogar
abandonado.
...sino dobra
a selar
o malogrado.
...de repente
um latido
qual gemido,
...cão amigo
no arredor
dos esquecidos.
...uma foto
dentre trapos,
sem sentido.
...dias plácidos
Nunca mais
sobrevividos.
...sons tão vagos
soam tão
fragmentados.
...Só às vezes
ao tudo
que jaz passado.
...uiva o tempo
que precisa
ser cuidado.
...nem às vezes!
parece...
Ser resgatado.
...toda dor
só faz notícia
alardeada:
...vida morta
faz sua cova
na calçada.