A Noite de um Mendigo
De cobertor de celulose,
Na madrugada de cada dia,
Com papelão sob a cabeça,
Que causa dor na minha espinha,
Cada noite eu vou vivendo,
Como se fosse o ultimo dia.
Na hora de ruminar os fatos,
Relembro com grande pesar,
E busco a misericórdia
Com a esperança de encontrar.
Mas os fatos não se alteram,
Os monstros continuam lá
Sentir no intimo da alma
A frieza do seu olhar.
O vento toca o meu rosto,
E o corpo geme e diz: Aí
Vozes ameaçam na noite
Com lança-chamas no olhar.
Bem longe eu ouço um gemido,
Suplicando por um lugar.
É a sirene da ambulância,
Correndo pra vida salvar.
Essa sinfonia noturna
Sem regente é o sonífero
Que provoca e embala o sono,
Na noite de um mendigo.
Onde é que eu estou?
Aqui não é o meu lugar!
Fito os olhos nas estrelas,
Procurando encontrar
A casa da misericórdia
Para eu poder mudar pra lá.
“Então os justos lhe responderão dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhe dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizeste. Então dirá a aos que estiverem a sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; Porque tive fome, e não me deste de comer, tive sede , e não me deste de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes, e enfermo e na prisão não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhe responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”. MT 25:37-46