O Simulacro Universal

Onde está a realidade?

Editada milimetricamente em um Photoshop,

Horas de aparentes alegrias e encantos

Que falseiam o vazio no peito das pessoas.

Ela está aprisionada nas banais emoções

Tinderizadas no encontro de pênis e vaginas...

Expressa nas idiotas coreografias coletivas de Tiktok.

Como estão as artes nesse túnel de futilidades?

Nos limitados streamings

Apenas filmes cor de tédio,

Películas blockbusters a gerar

Barato entretenimento para o povo.

Olhos antenados em filtros

De memeticas histérias coletivas

E presos em um multiverso, em uma realidade

Paralela repleta de criaturas mitológicas...

Rompe o obscurantismo nos smartphones

E likes das vidas superficiais.

E o desejo de viver em paz expresso

No canto universal de Jara, onde está?

Rigorosamente limitado pelas redes sociais

E calado pela uberização das mãos operárias...

Uma imensa fila de trabalhadores com menos

Direitos e com horas contadas por aplicativos.

Proíbe-se pensar, criticar,

Rebelar, desconectar,

Ousar, revolucionar...

Neste recinto universal de simulações

É proibido libertar-se da alienação,

Da dormência emanada nas estúpidas vozes on-line.

É proibido sentir a realidade como ela é!

A sentença é ser massa de manobra,

Ventríloquo esculpido por algoritmos e big techs,

Defensor da liberdade que está preso

Nas teias de tempos neoliberais...

Produto padronizado no mercantilismo das emoções.

Tudo se vê pelo prisma do grande

E controlador olho imposto pelo capital.

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 04/05/2023
Reeditado em 05/05/2023
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