O Simulacro Universal
Onde está a realidade?
Editada milimetricamente em um Photoshop,
Horas de aparentes alegrias e encantos
Que falseiam o vazio no peito das pessoas.
Ela está aprisionada nas banais emoções
Tinderizadas no encontro de pênis e vaginas...
Expressa nas idiotas coreografias coletivas de Tiktok.
Como estão as artes nesse túnel de futilidades?
Nos limitados streamings
Apenas filmes cor de tédio,
Películas blockbusters a gerar
Barato entretenimento para o povo.
Olhos antenados em filtros
De memeticas histérias coletivas
E presos em um multiverso, em uma realidade
Paralela repleta de criaturas mitológicas...
Rompe o obscurantismo nos smartphones
E likes das vidas superficiais.
E o desejo de viver em paz expresso
No canto universal de Jara, onde está?
Rigorosamente limitado pelas redes sociais
E calado pela uberização das mãos operárias...
Uma imensa fila de trabalhadores com menos
Direitos e com horas contadas por aplicativos.
Proíbe-se pensar, criticar,
Rebelar, desconectar,
Ousar, revolucionar...
Neste recinto universal de simulações
É proibido libertar-se da alienação,
Da dormência emanada nas estúpidas vozes on-line.
É proibido sentir a realidade como ela é!
A sentença é ser massa de manobra,
Ventríloquo esculpido por algoritmos e big techs,
Defensor da liberdade que está preso
Nas teias de tempos neoliberais...
Produto padronizado no mercantilismo das emoções.
Tudo se vê pelo prisma do grande
E controlador olho imposto pelo capital.