Eu disse mainha

Eu disse pra mainha

que me sinto tão sozinho!

Daí o mundo me abraça ,

e eu sentado na praça,

sentindo cheiro de pólvora!

Mas a fé está com a gente,

e nem sempre

a gente se mata!

E até com água de cheiro,

a minha carne é

carne em lata!

Então me abraça,

meu tesouro,

que o ouro

tá derretendo

E eu

com medo de ver devendo

o meu coração por prata

E a gente

passeia tranquilo,

como um par de bicho-grilo,

pela praça atormentada

E então , seremos dois amores:

Você, Maria das Dores

E eu, um cão vira-lata

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Seus olhos desertos são um oásis que que eu preciso ver,

e sem eles,

sou como o nanquim derramado na solidão do papel...