DEIXADOR DE MUNDOS

Sou um deixador

de mundos para trás.

Sobre as nuvens brancas

sobre o mar do Caribe

divago minhas horas

horas habaneras

dias santiagueiros

passageiro do nada.

Sou um deixador de mundos

não sei por quanto tempo

deixarei mundos

para trás.

Atrás de mim

as canções

as personagens

os caminhos

os percorridos

os sonhados

os conquistados

os frustrados.

Um elo me une

e me alastra

sobre as coisas belas

sobre as coisas feias

sobre o real

e o imaginário.

As vozes das canções

o barulho dos instrumentos

aquecem minha alma

na calma tarde

sobre o mar caribenho

dos piratas de antes

dos piratas de hoje.

Fico triste e choro

Pensativo escrevo

Navego nas ilusões

que deixo para trás,

navego nas lágrimas

com minha bússola

que me mostra o caminho

rumo ao sul

o sul do mundo

ao sul de meu mundo,

onde me esperam

ou me esquecem,

onde me desejam

ou me repudiam

ao som das canções

ao som dos violões

ao som dos tambores

ao som dos amores

na visão magnífica

dos que deixam mundos

para trás

seguindo em frente

rumo ao inesperado

rumo ao desconhecido.

Meus cantos sopram

As nuvens brancas

Sobre o caribenho mar.

É hora de voar

É hora de voltar

e deixar para trás

um poema incompleto

repleto de alusões.

Não vejo mais o oceano

Só vejo as nuvens

Só vejo os anos

Que deixo pra trás.

VLADIMIR CUNHA DOS SANTOS
Enviado por VLADIMIR CUNHA DOS SANTOS em 30/04/2023
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