Orvalho de Tédio
Num desses dias que a memória
não tem pressa nem verdadeiro desejo
de se resgatar com brio e glória...
até nesses dias, te vejo.
Se há momentos que se fazem história,
como Fernando Pessoa falando do Alentejo,
outros há de uma normalidade irrisória...
como Romeu e Julieta, mas sem beijos.
Desta normalidade, tirei este soneto,
que se assume assim, branco e preto,
que vai além e recusa as cores..
Ai se retirasse essas dolorosas rimas,
ao invés de estar assim, abaixo e acima,
cheio apenas das penas de minhas dores...