Três conhaques

Micro poemas

De macro temas

Ou macro problemas

Em micro poemas?

Tanto faz!

Quando o amor chega,

O ódio jaz!

E faz da indiferença pó

Que se abriga no nó da garganta

Antes do soluço incontrolável

Do Carente de pão

Do carente de agrado

Que, por certo, só pede o direito

De se nutrir, de existir

É micro ou é macro?

Não sei, mas é fato!

Onde perscruta meu pensar

Quando sente que diferentes

Mundos me abrigam

E obrigam-me a fazer-se

De patrão a empregado

De comandante a comandado

Uma faca de dois gumes

Que sangra e salva o mesmo

Ser profano e sagrado?

Por dentro se esconde um eu

Que, por vezes, a aparência nega

Mas que se entrega nos detalhes

No riso pela metade

No gesto bom em maldade

No coração vazio do ser em si

Na falta de sinal de esperança

Única chance do fazer-se

Aqui paraíso!

Se é da essência a carência

Qual diferença entre

A fome, a sede e o frio

O divagar, o sonhar, ou o voar

Sair da casinha na mesa do bar?

Tudo é humana (de) pendência

A grandeza e a pequenez é

Prerrogativa de quem vive

Não de quem vê

Só ele o sabe

Só ele o crê !

Preciso!

Insisto!

Invisto!

É nisto que acredito

Num mundo onde

O macro é, antes, micro

E o micro aceita o rito

De ser parte-construção

De um todo infinito!

Celso Paulo da Silva
Enviado por Celso Paulo da Silva em 26/03/2023
Código do texto: T7749336
Classificação de conteúdo: seguro